Arbitragem em Clássico Mineiro: Cruzeiro Contesta e Promete Ações

Críticas Severas à Arbitragem no Clássico Mineiro

Após a derrota do Cruzeiro por 2 a 0 para o Atlético-MG no Mineirão, Alexandre Mattos, o CEO de futebol do clube celeste, manifestou fortes críticas à atuação da arbitragem, especialmente em relação ao árbitro de vídeo (VAR). Em um pronunciamento formal, sem abertura para questionamentos, Mattos levantou sérias dúvidas sobre a imparcialidade e a competência da equipe de arbitragem designada para o confronto.

A principal queixa do dirigente cruzeirense concentra-se na controversa decisão de não expulsar o zagueiro Lyanco, do Atlético-MG, em um lance onde o jogador pisou no braço de Dudu, atleta do Cruzeiro , que estava caído no gramado. Mattos questiona a omissão do VAR neste incidente, contrastando-a com a insistência na revisão do lance que resultou na expulsão de Gabigol, do Cruzeiro .

O Pronunciamento de Alexandre Mattos

Mattos expressou sua indignação com a disparidade de critérios utilizados pelo VAR, alegando que houve uma clara tendência em prejudicar o Cruzeiro . "O VAR teve papel fundamental no jogo de hoje. Dudu foi pisoteado por um companheiro de profissão, que deveria ser, no mínimo, questionado com as imagens (no VAR)." Ele argumenta que a não intervenção no lance de Lyanco, anterior à expulsão de Gabigol, demonstra uma falta de equidade na aplicação das regras.

O CEO do Cruzeiro também revelou que membros da comissão técnica do clube relataram ter ouvido o árbitro de campo mencionar que Gabigol havia abaixado a cabeça no lance da expulsão, sugerindo que a decisão final foi influenciada pela pressão do VAR. "No lance do Gabriel, pessoas da comissão técnica do Cruzeiro relataram agora, no vestiário, que o próprio árbitro de campo dizia: "Ele abaixou a cabeça, abaixou a cabeça". Acredito que (o VAR) insistiu na expulsão, tanto que o árbitro tinha dito sobre abaixar a cabeça."

Questionamentos sobre a Escalação da Arbitragem

Outro ponto de crítica de Alexandre Mattos refere-se à escolha da equipe de arbitragem. Ele questiona a decisão de escalar um árbitro de VAR da Federação Paranaense de Futebol (FPF) em um jogo com arbitragem de campo da Federação Mineira de Futebol (FMF). Mattos ressalta que o técnico do Atlético-MG, Cuca, é natural de Curitiba, levantando suspeitas sobre um possível favorecimento ao clube rival. "A arbitragem (de campo) era toda mineira, mas porque veio árbitro de VAR do Paraná? Não entendi essa. Veio um nascido em Curitiba. Nosso rival, o treinador é de Curitiba. Estranho, no mínimo. Para quê?"

Reação do Cruzeiro e Pedido por Arbitragem Neutra

Diante do que considera uma série de decisões prejudiciais, Alexandre Mattos anunciou que o Cruzeiro tomará medidas enérgicas para garantir uma arbitragem mais justa nos próximos clássicos. O clube formalizará um pedido à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que as partidas contra o Atlético-MG sejam apitadas por árbitros de outros estados, buscando maior isenção e imparcialidade. Além disso, o dirigente expressou a intenção de vetar a participação do árbitro de vídeo do Paraná em futuros jogos do Cruzeiro.

A insatisfação do Cruzeiro com a arbitragem não se limita apenas aos lances específicos da partida. Mattos também criticou a Federação Mineira de Futebol (FMF) por supostamente atender a um pedido do Atlético-MG para alterar a data de um jogo, concedendo ao clube alvinegro um período de descanso maior. "A Federação precisa, de uma vez por todas, ser isenta, correta e transparente. O Cruzeiro começou o Mineiro tendo que mover montanha para mudar um jogo. Mudaram, meio que pressão enorme que fomentamos para mudar o jogo. Mas vem o treinador do Atlético falar que jogaria na quinta, 24 horas depois o jogo é na terça. Não teve que mover montanhas, só dar uma entrevista."

Posicionamento Firme do Clube

Em um tom contundente, Alexandre Mattos assegurou que o Cruzeiro não tolerará mais o que considera ser um tratamento injusto por parte da arbitragem e da FMF. "São coisas corriqueiras que vêm acontecendo com o Cruzeiro , e eu vim falar para o torcedor que acabou. O Cruzeiro não vai aceitar nenhum tipo de benefício, não querermos ser ajudados, mas também não amos aceitar passivamente esse tipo de situação externa." O dirigente enfatizou que o clube buscará internamente corrigir seus erros e melhorar seu desempenho em campo, mas que não hesitará em denunciar publicamente qualquer favorecimento ou prejuízo causado por fatores externos.

Ainda no intervalo do clássico, Alexandre Mattos, acompanhado por Paulo Pelaipe, diretor executivo, dirigiu-se à porta do vestiário da arbitragem para expressar sua insatisfação com os lances polêmicos do primeiro tempo. Essa atitude demonstra a determinação do Cruzeiro em defender seus interesses e exigir um tratamento justo e imparcial por parte da arbitragem.

O Discurso Completo de Mattos

Para finalizar, reproduzimos o pronunciamento completo de Alexandre Mattos, onde ele detalha os fatos que motivaram sua indignação e as medidas que o Cruzeiro pretende tomar: "Não viemos reclamar, viemos falar sobre fatos que aconteceram e vêm acontecendo com o Cruzeiro de longa data. Desde que chegamos, escutamos a situação de que o Cruzeiro vem acumulando situações que o clube entende serem maléficas ao clube. A gente buscou acreditar, confiar, conversar, ser profissional, como tem que ser. Mas avaliamos aos fatos. Hoje, pouco antes da expulsão do Gabriel, um pisão, que na nossa visão foi proposital, onde todos acompanharam e não teve (chamado do VAR), ou o árbitro não quis, não teve a chamada do VAR. E o Var teve papel fundamental no jogo de hoje. Dudu foi pisoteado por um companheiro de profissão, que deveria ser, no mínimo, questionado com as imagens. Isso oi antes da expulsão do Gabriel. Infelizmente, não aconteceu. Fato 2 é que no lance do Gabriel, pessoas da comissão técnica do Cruzeiro relatam agora, no vestiário, o próprio árbitro de campo dizia ? e nós vamos pedir as gravações dos lances: ?Ele abaixou a cabeça, abaixou a cabeça?. O árbitro, acredito que insistiu na expulsão, tanto que o árbitro tinha dito sobre abaixar a cabeça. Fato três é que a arbitragem era toda mineira, mas porque veio árbitro de VAR do Paraná? Não entendi essa. Veio um nascido em Curitiba. Nosso rival, o treinador é de Curitiba. Estranho, no mínimo. Para quê? Fato quatro: a Federação precisa, de uma vez por todas, ser isenta, correta e transparente. O Cruzeiro começou o Mineiro tendo que mover montanha para mudar um jogo. Montanha muito grande, porque eu participei ativamente do processo. Mudaram, meio que pressão enorme que fomentamos para mudar o jogo. Mas vem o treinador do Atlético e falar que jogaria na quinta, 24 horas depois o jogo é na terça. Não teve que mover montanhas, só dar uma entrevista. São coisas corriqueiras que vêm acontecendo com o Cruzeiro , e eu vim falar para o torcedor que acabou. O Cruzeiro não vai aceitar nenhum tipo de benefício, não querremos ser ajudados, mas também não amos aceitar passivamente esse tipo de situação externa. Ganhar, perder, jogar bem ou mal, tudo isso acontece. Vamos corrigir o que precisa, internamente, com atletas e comissão. Agora, esse externo, se precisar, vamos vir aqui e falar ao nosso torcedor. Vamos falar o que temos de sentimento. Ou muda, ou vamos continuar vindo aqui e falando o que está acontecendo. Não vamos aceitar. A própria arbitragem colocamos, por outros fatores... o trio de arbitragem não coloco como decisivo, mas o VAR foi, por ter dois pesos e duas medidas. Um pisão no Dudu , que na minha maneira de ver foi covarde. O cara pisou no braço dele, depois a insistência em expulsar. Não vamos falar que não erramos. Temos que melhorar. Cruzeiro já vai deixar que qualquer clássico para frente não temos mais confiança mineira, queremos de fora, já vamos mandar ofício. O do VAR, que veio de Curitiba ? novamente, não sei porque estava aqui. Definitivamente, nunca mais participar de um jogo do Cruzeiro. Arbitragem de fora é a praticada na Série A, temos que dar razão à comissão da CBF e vamos exigir isso. Se não colocarem, responsabilidade de quem não colocou. O torcedor estará sempre ciente das coisas."