Cruzeiro Domina Presença de Público no Campeonato Mineiro

O Fenômeno da Torcida Celeste no Campeonato Mineiro

O Campeonato Mineiro deste ano tem sido palco de um fenômeno interessante: a esmagadora presença da torcida do Cruzeiro. Impulsionado por uma janela de transferências ambiciosa e um elenco repleto de estrelas como Gabigol e Dudu, o clube se tornou um catalisador de público, dominando as arquibancadas e injetando vida na competição.

Os números não mentem: dos 48 jogos da primeira fase do torneio estadual, que somaram um total de 304.015 torcedores, os oito confrontos que envolveram o Cruzeiro atraíram impressionantes 166.727 pessoas. Isso significa que quase 55% de todos os presentes nos estádios foram para ver o time celeste em ação.

Média de Público Desproporcional

A discrepância fica ainda mais evidente quando analisamos as médias de público. Enquanto a média geral do Módulo I na primeira fase foi de 6.333 torcedores, nos quatro jogos em que o Cruzeiro atuou como mandante, essa média saltou para 33.671. Um número que só não supera o do Atlético (68.022, com média de 17.005).

Essa média de público do Cruzeiro é mais de cinco vezes superior à média da competição como um todo. Para ilustrar a situação, dos 48 jogos disputados, 38 registraram um público total abaixo da média de 6.333, um patamar sustentado, em grande parte, pelos jogos que envolvem Cruzeiro e Atlético.

A Força da China Azul

A influência da torcida cruzeirense foi tão marcante que, entre os outros dez clubes participantes, aqueles que alcançaram as terceira e quarta maiores presenças de público o fizeram, em grande medida, graças à paixão da "China Azul".

O Athletic, por exemplo, ocupa a terceira posição no ranking de público, com 17.795 presentes em quatro jogos. No entanto, 11.854 desses torcedores compareceram à vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro , no Mané Garrincha, em Brasília, em um estádio praticamente tomado por cruzeirenses. O mesmo ocorreu com o Democrata-GV, quarto colocado no ranking, que atraiu 15.809 torcedores em seus quatro jogos como mandante, sendo 11.853 na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro , na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, também com predominância da torcida celeste.

Análise Comparativa dos Clubes

Para ilustrar a disparidade, observemos os números de público presente e pagante de cada clube:

Clube ? Presentes - Pagantes

Cruzeiro ? 134.687 ? 119.523

Atlético ? 68.022 ? 57.168

Athletic ? 17.795 ? 16.360

Democrata ? 15.809 ? 14.732

Uberlândia ? 11.662 ? 9.404

Pouso Alegre ? 11.308 ? 9.483

América ? 11.138 ? 8.912

Itabirito ? 8.580 ? 5.844

Aymorés ? 8.013 ? 5.748

Villa Nova ? 7.929 ? 5.698

Betim ? 4.544 ? 2.558

Tombense ? 4.348 ? 3.329

O Poder do Clássico e a Disparidade nos Números

Quando se analisa o número de torcedores pagantes, que totalizaram 258.759 pessoas, com uma média de 5.390 por jogo, a força do clássico entre Cruzeiro e Atlético se destaca. No último domingo, no Mineirão, dos 60.834 presentes, 57.252 pagaram ingresso. Esse número supera a marca de qualquer um dos outros 11 clubes, com o Atlético chegando perto, com 57.168 pagantes nos quatro jogos em que foi mandante.

Entretanto, a realidade é que oito dos 12 clubes tiveram menos de dez mil pagantes no somatório dos quatro jogos que disputaram como mandantes. Em dez das 48 partidas, cerca de 20% do total, menos de mil torcedores pagaram ingresso.

Conclusão: Um Campeonato à Sombra da Paixão Celeste

Os dados apresentados revelam um cenário claro: o Campeonato Mineiro deste ano está sendo fortemente influenciado pela presença maciça da torcida do Cruzeiro . Seja impulsionando a média de público, injetando recursos nos clubes ou dominando as arquibancadas, a "China Azul" se tornou um elemento central na dinâmica da competição. Resta saber se essa paixão se traduzirá em resultados dentro de campo e em um título para o clube celeste.