- Raposa Azul
- Análise Tática: A Derrota do Cruzeiro na Final da Sul-Americana
Análise Tática: A Derrota do Cruzeiro na Final da Sul-Americana
Por Redação Raposa Azul em 23/11/2024 19:25
Desempenho Defensivo e Erros Estratégicos do Cruzeiro
A derrota do Cruzeiro para o Racing na final da Copa Sul-Americana, com o placar de 3x1, não surpreendeu quem acompanhou a trajetória recente do time. O padrão de oscilações e fragilidades se repetiu em Assunção. A equipe apresentou um desempenho inconsistente, com momentos de brilho contrastando com falhas decisivas.
Os primeiros trinta minutos foram especialmente decepcionantes. A defesa exibiu vulnerabilidades já observadas em jogos anteriores, e a dificuldade em implementar a filosofia do treinador, em apenas dois meses de trabalho, ficou evidente. A incapacidade de conter as investidas do Racing expôs as fragilidades táticas da equipe.
A reação na etapa complementar foi positiva, com aproximação do empate, impulsionada principalmente pela entrada de Barreal. No entanto, a fragilidade inicial comprometeu irremediavelmente a partida.
A Eficácia Tática do Racing e a Pressão Inicial
O início da partida foi catastrófico para o Cruzeiro . Três gols sofridos antes dos 20 minutos, com um impedimento milimétrico evitando um 3 a 0, evidenciaram a superioridade tática do Racing. A estratégia ofensiva do time argentino, baseada em passes diretos e bolas em profundidade para Salas, explorando as costas da defesa cruzeirense, provou ser extremamente eficaz.
A falta de pressão sobre Sosa e Garcia Basso permitiu lançamentos precisos, aproveitados com maestria por Salas. Os defensores cruzeirenses, William e João Marcelo, tiveram uma atuação lastimável, perdendo duelos cruciais que culminaram em gols, incluindo o tento inaugural de Martirena (anulado posteriormente).
Além da eficácia no ataque, a marcação pressão alta e coordenada do Racing no campo de ataque foi outro fator determinante. A intensidade desde o início sufocou o Cruzeiro , forçando erros próximos à sua própria área.
O Desempenho Individual e as Substituições
Walace, responsável por um erro que culminou no primeiro gol, foi substituído antes dos 30 minutos por Lucas Silva. Lucas Romero e Matheus Pereira também sofreram com a pressão adversária, sendo antecipados em jogadas importantes. Nardoni e Almendra foram peças-chave na eficiente marcação argentina.
Com a vantagem de 2 a 0, o Racing ajustou sua estratégia, alternando a pressão alta com a ocupação da intermediária. Essa mudança de ritmo permitiu ao Cruzeiro aproximar-se da área adversária, embora as finalizações efetivas só tenham surgido próximo aos 30 minutos, num lance sem grande perigo com Kaio Jorge.
A entrada de Lucas Silva melhorou a circulação de bola, enquanto Matheus Henrique se destacou pelas jogadas nas costas dos volantes rivais. O lado esquerdo tornou-se a principal via de ataque do Cruzeiro , refletindo a "filosofia Diniz". William , entretanto, teve pouca participação, enquanto Marlon não conseguiu contribuir de maneira eficaz.
A Reação do Cruzeiro e o Fim da Partida
O segundo tempo mostrou um Cruzeiro mais incisivo e com maior variação de jogadas, explorando também o lado direito. Isso obrigou o Racing a se deslocar, abrindo espaços para as conexões cruzeirenses. Em uma combinação entre Matheus Henrique e Matheus Pereira , Kaio Jorge marcou o único gol do Cruzeiro .
Apesar da reação, o Racing soube recuperar o controle, melhorando a taxa de desarmes no meio-campo e buscando a posse de bola no campo de ataque, principalmente através de Quintero. Rojas e Salas mantiveram o lado esquerdo como o principal ponto de perigo para os argentinos. A entrada de Roger Martinez adicionou mais velocidade ao ataque do Racing.
Mesmo com maior posse de bola, o Cruzeiro enfrentou dificuldades para criar chances claras de gol. As substituições de Gabriel Veron e Lucas Romero por Lautaro Diaz e Barreal , e posteriormente a entrada de Kaique Kenji no lugar de Marlon , não foram suficientes para reverter o placar. Barreal teve atuações importantes nos minutos finais, mas Roger Martinez definiu o placar final em um contra-ataque, aproveitando a exposição da defesa cruzeirense.
Em resumo, a derrota do Cruzeiro expôs fragilidades defensivas e dificuldades na implementação da filosofia do treinador, mesmo com uma reação positiva na segunda etapa. A eficácia tática do Racing e o desempenho individual de alguns jogadores foram fatores decisivos para o resultado final.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros